quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Grande Onda Grevista de 1917 a 1919 no Brasil

Entre 1917 e 1919 os operáriosanarcossindicalistas praticamente pararam o Brasil com suas greves.
Em 10 de junho de 1917, um fábrica téxtil em São Paulo estava em greve, essa greve logo se espalhou para outras fábricas. Os grevistas lutavam por aumento de salários e melhores condições de vida. Também aconteceram manifestações com operários homens, mulheres e menores de idade e em uma  delas, no dia 9 de julho(nada a ver com o feriado que na nessa greve ainda não existia), um sapateiro anarquista morreu num confronto com a polícia.
Depois disso começou uma greve geral de 3 dias, de 12 a 15 de julho, em que 50 mil trabalhadores participaram e pararam os bondes, iluminação pública, ferrovias, etc. Os trabalhadores roubaram casas de comércio, depredaram bondes e aconteceram tiroteios com a polícia. As cidades ( São Paulo e mais 12 no estado de São Paulo) estavam em guerra: barricadas foram feitas nos barros operários para enfrentar os policiais.
Os líderes anarcossindicalistas formaram o Comitê de Defesa Operária que reuniu os objetivos dos trabalhadores em apenas 1 programa : 35% de aumento de salário, proibição de trabalho para menores de 14 anos, fim do trabalho noturna para crianças; adolescentes e mulheres, jornada de trabalho de 8 horas, fim do trabalho no sábado a tarde, garantia de emprego e respeito aos trabalhadores fazerem associações. Os grevistas resistiram as pressões e o governo e os empresários ( que pressionavam os trabalhadores) aceitaram parte dos pedidos dos trabalhadores : prometaram soltar grevistas presos, fiscalizar as condições de trabalho de mulheres e menores, manter o preço e a qualidade dos alimentos, aumento de 20% do salário e que não iriam demitir os grevistas. No dia 17 de julho a maior parte dos trabalhadores voltou ao trabalho.
A greve em São Paulo acabou, mas continuou em outros estados como Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde os trabalhadoes queriam as mesmas melhoras que os trabalhadores de São Paulo conseguiram e greves parciais ou gerais continuaram acontecendo nos anos seguintes.
O governo não queria aprovar leis dando direitos aos trabalhadores, poucas foram aprovadas como a indenização por acidente de trabalho(1919) e férias de 15 dias por ano(1926). A jornada de trabalho de 8 horas só foi aprovada em 1930.
Essas greves que aconteceram ao mesmo tempo e começaram em São Paulo, apesar de terem começado de livre vontade, mostraram que existia solidariedade e organização entre os trabalhadores de diferentes categorias de emprego. Isso foi o resultado da mobilização e de conhecimento de como estavam, que a partir do final do século XIX o socialistas e anarquistas estavam fazendo.


- Roberto Malta

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Movimento Operário até 1920 no Brasil

Os operários não ficaram apenas sofrendo, eles reagiam mas raramene conseguiam o que queriam.
A maioria dos operários eram estrangeiros ( italianos em São Paulo e espanhóis e portugueses no Rio de Janeiro) e quando vieram para o Brasil trouxeram as ideias de anarquismo e socialismo e divulgavam essas ideias em comícios, palestras, planfetos e jornais ( exemplos: O Socialista, A Plebe e Amigo do Povo).
Em 1890 no Rio de Janeiro foi criado o primeiro partido operário brasileiro ( Partido Operário) e depois outros grupos socialistas e partidos operários foram formados no Brasil ( exemplo: Partido Democrata Socialista fundado em São Paulo em 1906 e o partido socialista com mais membros e que durou mais tempo no Brasil.
O socialismo não deu certo no Brasil, pois o socialismofuncionava por reformas políticas que não sensibilizaram os patrões e muito menos conseguiram a confiança dos operários.
E já os anarquistas que eram mais radicais e defendiam a imediata conquista de direitos e a destruição do captalismo. Até a década de 1920 o anarquismo e o anarcossindicalismo ( para chegar ao anarquismo era necessário o sindicato). O anarcossindicalismo atacava o Estado, a burguesia, o captalismo e a Igreja e para os anarcossindicalistas acreditavam que o sindicato era a principal força dos trabalhadores e que uma grande greve revolucionária iria destruir o captalismo.
Em 1906, os anarcossindicalistas fizeram um grande encontro de operários no Rio de Janeiro e nesse encontro aprovaram a criação da Confederação Operária Brasileira ( COB) que reunia sindicatos de diversos estados do Brasil. Nesse encontro também iniciaram a campanha pela jornada de trabalho de 8 horas que iria agitar o país com greves gerais ou parciais, boicotes, passeatas, sabotagens e comícios.
Na maioria das vezes os pedidos dos trabalhadores não eram atendidos, ás vezes os patrões cediam aso pedidos dos trabalhadores mas depois quando os trabalhadores voltavam ao trabalho voltavam atrás porque não tinha lei que fizesse que ele cumprisse o acordo. Também havia uma forte repressão policial e de tropas armadas que acabavam com manifestações dos operários a tiros. Contra os trabalhadores o governo tinha diversas formas de castigar seguindo a lei : prisão, deportação pro Acre, enforcamento de líderes, expulsão de agitadores estrangeiros e fechamento de jornais.


- Roberto Malta

terça-feira, 24 de maio de 2011

Vida e Trabalho no Brasil Durante a República Velha

Na Russia e no México a situação do trabalhador era crítica mas no Brasil não era direrente também.
A partir de 1890 com a República, a urbanização e a industrialização tiveram um impulso entre São Paulo e Rio de Janeiro, capital do estado mais rico e capital do país. Surgiram muitas fábricas, oficinas, lojas,etc. A indústria téxtil e a alimentícia eram as mais importantes e desenvolvidas e normalmente tinham donos brasileiros, diferente dos serviços urbanos ( iluminação, transporte, etc.), bancos e comércio de exportação controlados por estrangeiros.
Nas áreas urbanas ( cidades e periferia) havia muitos trabalhadores assariados ( operários, funcionários públicos, empregados domésticos e do comércio) e autônomos ( pedreiros, pintores, jornaleiros, etc.) esses trabalhadores urbanos moravam em bairros operários e de classe média longe dos centros do comércio e da administração.
As condições de vida e trabalho dessas populações era muito difícil: problemas de moradia, alto custo de vida, instabilidade no emprego, falta de leis trabalhistas ( limitando horas de trabalho, determinando salário minímo) e de previdência social ( aposentadoria, seguro-desemprego, etc. ) estavam no cardápio tornando a vida do trabalhador muito complicada, e piorava, o trabalhador poderia ser multado e sofrer castigos físicos por mau desempenho, atitude inadequada e faltas. O castigo era decidido pelo patrão que ás vezes proibia conversas, brincadeiras e demora no banheiro. Os salários, as horas trabalhadas( geralmente entre 10 a 14 horas mas ás vezes chegavam a 17 horas) e as condições de trabalho dependiam da vontade e da necessidade do patrão.
As instalações das fábricas eram horríveis: ventilação e iluminação ruins, muito pó e poluição industrial causando diversas doenças, espaços apertados entre as máquinas provocavam acidentes graves e ás vezes fatais e falta de vestiários e banheiros separados para homens e mulheres provocando constrangimentos e expondo as operárias ao assédio sexual dos superiores.
Os baixos salários e o alto custo de vida tornavam necessário o trabalho de mulheres e crianças que apesar de terem as mesmas obrigações dos homens recebiam salários menores e por serem uma mão de obra barata, em muitas fábricas representavam de 30 a 50% da mão de obra empregada.
Mesmo com todo mundo na família operária trabalhando, raramente essa família conseguia no fim do mês ter dinheiro suficiente para pagar suas despesas. Os preços subiam constantemente e já os salários se mantinham ou sofriam redução. A maioria dos produtos, inclusive os de primeira necessidade, eram importados e com a Segunda Guerra Mundial, os problemas para importação aumentaram e aumentaram ainda mais os já altos preços e muitos produtos sumiram do mercado.


- Roberto Malta

domingo, 8 de maio de 2011

Imperialismo e a Luta dos Indianos pelo Independência

A luta dos indianos pela sua independência foi uma revolta contra o imperialismo direto inglês que havia conquistado a Índia pela força.
A Inglaterra era muito dependente da Índia e por isso não podia deixar que a Índia fosse independente : a Índia fornecia algodão, cânhamo, tinta de tecido ( índigo), chá, café e carvão, era um gigantesco mercado consumidor de produtos industrializados ingleses e ainda por cima uma fortuna em impostos, taxas e pagamentos de dívidas. E a maioria dos indianos vivia na miséria e sofriam de tempos em tempos, crises de fome e doenças.
Os ingleses tornaram o inglês a língua oficial e organizaram a Índia em diversas províncias que reuniam povos de origens e religiões diferentes e az vezes em guerra. E os ingleses quebravam o isolamento de povos, que sobreviviam muito bem sozinos, com a construção de estradas, canais e ferrovias.
Os ingleses estimulavam a ocidentalização de alguns indianos, ou seja incentivar as famílias indianas mais ricas e influentes a mandarem seus filhos para estudar na Inglaterra onde acabavam adquirindo costumes; gostos e opniões inglesas, para servirem de intermediários entre os indianos(colônia) e os ingleses(metrópole). Os indianos ocidentalizados adquiriam os costumes, gostos e opniões ingleses mas também adquiriam ideias liberais e democráticas e percebiam a contradição entre as leis aplicadas na Inglaterra e as aplicadas na Índia. A ocidentalização ajudou a formar líderes nacionalistas indianos como Nehru e Gandhi.
Mahatma Gandhi, o maior líder nacionalista indiano, voltou a Índia em 1914 depois de 20 advogando pelos indianos na África do Sul, outra colônia inglesa, em plena Primeira Guerra Mundial onde 1 milhão de indianos lutavam pela Inglaterra, acreditando na promessa inglesa de conceder autonomia a Índia, que obviamente não foi cumprida. Essa decepção aumentou a insatisfação indiana que já estava alta pela alta dos preços e dos impostos além das mortes de indianos que foram consequencias da Guerra. Em 1919, autoridades britânicas prenderam os considerados agitadores.
Pelo princípio de não violêancia, Gandhi liderou protestos e grevas que paravam quase toda a Índia. Em 13 de abril de 1919, ocorreu o Massacre de Amritsar onde autoridades inglesas reprimiram violentamente um grande protesto matando 379 indianos e ferindo outros 1516, indignando a Índia e o mundo e iniciando a luta pela independência indiana.
Em 1920, Gandhi lançou uma nova estratégia para a libertação indiana: a desobediência civil: não pagamento de impostos, boicote aos produtos industrializados ingleses. Começa uma nova fase da luta pela independência indiana que só seria conquistada depois da Segunda Guerra Mundial.


- Roberto Malta

sábado, 7 de maio de 2011

Imperialismo e a Partilha da África

Imperialismo é o dominínio que uma nação exerce sobre outras nações ou regiões. Por exemplo o que a Europa fez entre o final do século XIX e o início do século XX na África conquistando nações livres e soberanas pelo meio da força foi uma ação de Imperalismo direta, o que os Estados Unidos fazem hoje com as nações de terceiro mundo fazendo com que elas sejam dependentes dos Estados Unidos pela economia por que tem dívidas externas altissimas, inclusive com os EUA, é uma ação de Imperialismo indireta.
Entre 1890 e 1914, diversos países europeus invadiram a África interessados nas riquezas minerais, matérias-primas e nos produtos tropicais africanos e para os africanos restou trabalho forçado, altos impostos, destruição de seus costumes e tradições, perda de terras, discriminação racial e segregação ( separação entre raças). Por toda a África, os africanos se rebelaram contra a dominação europeia, mas suas revoltas foram facilmente sufocadas pelos europeus em menor número mas com armas infinitamente superiores.
Em 1910 a conquista da África estava finalizada e a África foi dividida em diversos territórios (Unidades Políticas) divididos sem critério e deixando tribos inimigas e que não falavavam o mesmo idioma juntos. Os problemas cresceram durante a Primeira Guerra Mundial, quando 2,5 milhões de africanos lutaram como soldados ou carregadores (de mantimentos, munição, armas, etc) causando recrutamento forçado, aumento de impostos e falta de alimentos (exportados para alimentar os europeus) e isso acabou provocando noas rebeliões, que foram sufocadas, fuga de famílias para o interior e auto-mutilação de jovens que se feriam para não entrar no Exército.
Os movimentos religiosos também foram outra forma de resistência ao europeu e foram realizados por mulçumanos, seguidores de cultos africanos e afro-cristãos. Líderes messiânicos e profetas anti-europeus pregravam para os africanos se rebelaram contra os europeus e a desobedecerem os europeus e alimentavam a esperança de uma sociedade africana livre dos europeus ou de qualquer nação imperialista.
A participação de africanos na Primeira Guerra Mundial teve grande efeitos na luta pele indepedência africana: renovou a autoconfiança dos africanos demonstrando bravura e capacidade de luta dos soldados negros, conhecimento das fraquezas dos europeus, rompeu regras ao incentivar os negros a matarem o inimigo (outro branco europeu) atitude antes punida com violência.
Em 1918 com o fim da Guerra, os colonizadores europeus precisavam agir com mais violência para submeter os africanos que começavam a ser nacionalistas (independência, ter sua própria nação). Os africanos teriam de esperar mais algumas décadas antes de ter sua independência.


- Roberto Malta

domingo, 1 de maio de 2011

Contra Revoluções e o fim da Revolução Mexicana

Porfírio Diaz caiu por estar cercado por todos os lados de revolucionários e o governo que o sucedeu só tinha Madero, de tantos outros líderes, no poder.
Emiliano Zapata e Pascal Orozco se rebelaram contra Madero, mas quem deu um golpe de estado foram Félix Díaz(que não éra parente de Porfírio Diaz), Bernado Reyes e Victoriano Huerta que lideraram um golpe militar conhecido como Decena Trágica onde mataram .Madero, seu irmão Gustavo e o vice-presidente Pino Suárez. Huerta assumiu a presidência e novamente os líderes revolucionários ficaram descontentes e pegaram em armas dessa vez contra Huerta e esse atacou seus opositores com o Exército Mexicano, após 1 ano de luta e a invasão de Vera Cruz pelos Estados Unidos, Huerta renunciou e fugiu do México.
Carranza(na imagem), chefe da revolução seguindo o Plano de Guadalupe( no dia 26 de março de 1913, reunidos na Fazenda de Guadalupe, em Saltillo, Carranza e outros líderes, por exemplo Lucio Blanco e Jacinto B. Treviño, proclamaram o Plano de Guadalupe, que desconhecia os três poderes da federação e comunicava que tomariam as armas para restabelecer a ordem constitucional. Adicionalmente, Carranza era nomeado chefe do Exército Constitucionalista e era-lhe conferida a faculdade de ocupar a presidência interina do México para convocar eleições ) convocou a Convenção de Aguascalientes para lhe elegerem como líder único, a Convenção escolheu Eulalio Gutiérrez como presidente, Carranza não aceitou e seus seguidores guerrearam contra as tropas de Gutiérrez e da Convenção. Carranza venceu e os constitucionalistas começaram a escrever uma novo constituição e empossar Carranza na presidência já em 1917.
Mas havia ainda muitos líderes que derrotaram Diaz, Madero e Huerta para uma cadeira de presidente e uma guerra civil, uma luta de facções recomeçou. Entre batalhas e assassinatos políticos Emiliano Zapata morreu em 1919, Carranza em 1920, Pancho Villa em 1923 e Obregón em 1928.
Após a morte de Carranza, assumiu um opositor seu nomeado pelo congresso chamado Adolfo da la Huerta que assumiu em junho; convocou eleições em setembro e em dezembro assumiu Álvaro Obregón que governou até 1924 e nesse ano não poderia se reeleger, candidatou o seu preferido( alguns meses antes de la Huerta queria ser presidente mais quando viu que Obregón favorecia seu preferido, iniciou a rebelião delahuertista que foi sufocada pelo governo): Plutarco Elías Calles, com de la Huerta exilado nos EUA, Calles governou de 1924 até 1928, em 1928 ocorreram alterações nos artigos 13 e 82 da constituição, possibilitando a candidatura de Obregón que ganhou facilmente, mas morreu antes de assumir.
Calles assumiu o poder e em 1929 fundou o Partido Nacional Revolucionário, rebatizado de Partido da Revolução Mexicana e por fim Partido Revolucionário Institucional. Esse partigo govenou o México por mais de 70 anos.


- Roberto Malta