sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Pearl Harbor


Era o final de 1941, o mundo vivia há mais dois anos uma guerra de escala planetária que consumia todo o esforço dos países beligerantes. Na Europa os nazistas liderados por Adolf Hitler haviam anexado a França e tentado conquistar a União Soviética, a Inglaterra estava cercada por nazistas e lutando a Batalha da Inglaterra e do Atlântico e no outro lado do mundo o Japão ampliava sua esfera de coprosperidade no leste asiático anexando colônias de países europeus como Grã- Bretanha, França e Holanda, mas agora se depara com territórios de uma potência militar e naval terrivelmente perto do próprio Japão, os Estados Unidos.
Ataque a Pearl Harbor fotografada por um avião japonês

Desde a década de 20 tanto o Japão quanto os EUA estavam se preparando para uma guerra um contra o outro pelo domínio do Pacífico, mas isso só se passou a ser visto como uma real ameaça à paz a partir da década de 30 quando o Japão começou a se expandir para a China, inicialmente na Manchúria.

Em 1940 japoneses estavam se preparando para invadira Indochina Francesa e os EUA iniciaram um embargo comercial de diversos itens ao Japão, menos de petróleo, pois isso seria visto como praticamente uma declaração de guerra visto a dependência japonesa do petróleo americano. No ano seguinte o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (FDR) ordenou que a  frota americana no pacífico, sediada em San Diego na Califórnia, fosse para as Filipinas, tentando desencorajar os japoneses de fazerem um ataque aos EUA ou a  algum de seus territórios ultra marinhos.


Em julho os EUA fizeram um embargo de petróleo ao Japão, pela concretização da invasão japonesa da Indochina Francesa e pelas restrições de consumo doméstico de petróleo  dentro do país. Isso obrigou o Japão a encontrar novas áreas para obter seus suprimentos de petróleo, optaram pelas Índias Orientais Holandesas (lugar rico em petróleo) e para protegerem esse avanço planejaram um ataque à base naval americana de Pearl Harbor.

O almirante Isoroku Yamamoto começou então a planejar o ataque, baseado principalmente no ataque da marinha britânica a frota italiana em Taranto. No dia 1 dezembro o Imperador Hihorito deu sua autorização e começaram os preparativos para o ataque. As vésperas, coincidentemente, do ataque japonês foi feita uma pesquisa na qual 52% dos americanos afirmaram pensar que uma guerra entre Japão e EUA era iminente.

Vice-Almirante Chuichi Nagumo
O objetivo dos japoneses era fazer um ataque que destruísse boa parte da frota do pacífico dos EUA, assim possibilitando que o Japão pudesse conquistar as índias Orientais Holandesas e a Malásia sem interferência americana , para que tivesse tempo de aumentar seu poderio naval e fortificar suas defesas assim tento grande vantagem em um grande confronto com os EUA posteriormente e por fim esse ataque visava aniquilar a moral americana, pela destruição de seus principais navios e porta-aviões desencorajando americanos a entrar em um confronto com o Japão pelo Pacífico e pelos territórios controlados pelo Japão nesse oceano.

Os japoneses, aproveitando o efeito surpresa, as  fortes chuvas, que nublaram o Havaí, e da manutenção de um rigoroso silêncio no rádio para não serem detectados, estavam a 250 milhas ao norte de Pearl Harbor com um total de seis porta-aviões, dois couraçados, dois cruzadores pesados, um cruzador leve, nove destróieres, três  submarinos e mais nove entre navios de apoio e petroleiros, todos sob o comando do vice-almirante Chuichi Nagumo. Era o começo da manhã de 7 de dezembro de 1941 e os 392 aviões japoneses estavam preparados para o ataque.

Ás 7h49min da manhã do meio do nada uma chuva de fogo atingiu o porto, Apesar dos radares os americanos são pegos totalmente de surpresa com a chegada de 181 aviões japoneses que atacam e danificam ou destroem os couraçados Utah, Arizona, Oklahoma e Califórnia. Duas horas depois chegou à segunda onda de ataque dos aviões japoneses, composta por 180 aviões que destruiu mais 11 navios menores.

Couraçado USS Arizona durante o ataque japonês
Após o retorno da segunda onda, diversos  oficiais subordinados a Nagumo pediram por uma terceira onda, visando destruir os navios que restavam e também os arsenais e armazéns de gasolina em Pearl Harbor, algo que ele negou por diversos motivos: a artilharia antiaérea americana tinha abatido muito mais aviões na segunda do que na primeira, a incerteza de que os americanos tinham mais aeroportos e aviões no Havaí, os aviões retornariam a noite o que levaria a um alto risco de acidentes ( nessa época somente os britânicos tinham técnicas que possibilitavam pousar os aviões nos porta-aviões a noite com risco reduzido de acidentes), não tinha gasolina suficiente para se manter ao norte de Pearl Harbor por muito mais tempo  e  por acreditar que a segunda onda havia conseguido completar o objetivo do ataque de neutralizar a Frota do Pacífico.
A princípio essa decisão de Nagumo foi apoiada por Yamamoto, mas posteriormente disse que Nagumo havia errado em não ordenar a saída da terceira leva de aviões.  O Almirante Chester Nimitz, que dez dias depois do ataque assumiu o comando da Frota do Pacífico, afirmou que caso o terceiro ataque ocorresse à guerra teria sido atrasada em dois anos, também era senso comum no alto comando da marinha americana que essa onda atrasaria as operações navais americanas em um ano.

Almirante Chester Nimitz, futuro
comandante da Frota do Pacífico
Ao fim do ataque os japoneses ainda não tinham enviado uma declaração de guerra aos EUA, mas não era essa a intenção do almirante Yamamoto que planejava a entrega da declaração meia hora antes do inicio do ataque. O ataque começou antes de a declaração ser impressa na embaixada japonesa em Washington e assim o embaixador só pode entregá-la mais tarde, mas quando o fez os americanos já haviam decodificado a mensagem sobre a declaração, que tinha sido enviado de Tókio.

Mas este ataque não correu como esperado pelo alto comando nipônico, pois três porta-aviões americanos estão longe da base e um quarto estava em reparos na Califórnia. Além disso, o arsenal da Marinha americana e os depósitos de combustível (equivalentes as reservas do Japão nesse momento). Havia ainda cinco submarinos suicidas com o dever de afundar o resto da frota na base, mas foram destruídos.
Os resultados imediatos são a humilhação completa dos EUA, que tiveram três couraçados afundados, seis gravemente danificados, cinco cruzadores postos fora de combate e 188 aviões destruídos ou danificadas, contra 29 aviões japoneses abatidos. A frota nipônica retorna para a pátria sem ser incomodada e se transforma na dona do Pacífico ocidental.

No dia 8 FDR fez o famoso discurso no Congresso do Dia da Infâmia, para pedir a declaração formal de guerra ao Japão, que foi atendida pelos congressistas menos de uma hora depois, o próprio Roosevelt estava trocando cartas com Churchill a um bom tempo e queria um pretexto para entrar na guerra ativamente, pois já estava mandando suprimentos para o Reino Unido e suprindo os britânicos com navios, armas e munição através do programa de empréstimo-arrendamento.

Imperador Horohito assinando a rendição do Japão
enfrente ao general americano Douglas McArthur
No dia 11 Alemanha e Itália declararam guerra aos EUA que respondeu declarando de volta no mesmo dia. O Reino Unido havia declarado guerra ao Japão 9 horas dos EUA o fazerem, pelos ataques japoneses na Malásia, Cingapura e Hong Kong e pela promessa do primeiro ministro Winston Churchill de declarar guerra ao Japão assim que este atacasse os EUA.

Algumas horas depois do ataque a Pearl Harbor os japoneses atacaram as Filipinas e 3 dias depois destruíram os navios britânicos Prince of Wales e Repulse, principais navios da marinha britânica no Pacífico.

Os japoneses continuaram a se expandir pelo Pacífico até a marinha americana entrar com todas as suas forças numa guerra de vingança pelo ataque ao Havaí, nas Batalhas do Mar de Coral (de 4 a 8 de maio de 1942) e de Midway ( de 4 a 7 de junho do mesmo ano) quando a guerra no pacífico entrou em uma segunda fase, na qual os americanos avançam cada vez mais para perto do Japão, concluindo essa guerra com a rendição do Japão em 2 de setembro de 1945.


- Roberto Malta

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